Psicanálise
Um dos conceitos fundamentais da psicanálise é a associação livre, que implica em falar livremente tudo o que vier à cabeça, seja considerado “imoral”, “sujo”, “feio”... Não importa os pré-julgamentos que se têm sobre o que está pensando e sentindo. A partir desse movimento que, diga-se de passagem, não é nada fácil e natural, abrimos a possibilidade para o novo advir.
Como assim?
Muitas vezes pensamentos que vêm à tona de forma rápida e que logo nos escapam são sedimentados e possíveis de serem trabalhados ao falarmos sobre eles. Não é incomum se surpreender com o que falou.
E por que esse trabalho de falar livremente é importante para a psicanálise?
Porque a psicanálise supõe um inconsciente, um saber não-sabido, algo que foge da razão e do controle. Aliás, uma das maiores considerações freudianas é quando o médico afirma que “ o Eu não é senhor de sua morada”, dando a entender que o inconsciente rege muito mais nossas escolhas e emoções do que imaginamos.
Dito isso, quem é o protagonista da sessão é o analisando, é ele quem dita os assuntos que serão abordados e o ritmo da sessão. Por isso, o mais importante numa análise é a relação que será construída com aquele profissional. Para Freud (1908),” o passado, presente, futuro se alinham como um cordão percorrido pelo desejo”. Deixando claro que, na verdade, está tudo entrelaçado na nossa história, na nossa narrativa e na nossa constituição enquanto sujeitos.
Então, não se preocupe, não há como “começar errado” ou um modelo a ser seguido, o importante é falar o que vier à tona, o que te aflige, o que te incomoda, falar do que dói, o que sonha...
